Esquece o tempo. O tempo não existe.
Acende a chama às límpidas lanternas.
Nossas almas, a ansiar no mundo triste,
são de uma mesma idade: são eternas.
Se no meu rosto lês mortais cansaços,
é natural. A luta foi renhida:
caminhei tantos passos, tantos passos,
para que te encontrasse em minha vida…
Não medites o tempo. Se muito antes
de ti cheguei, para a áspera, inclemente,
sina de navegar por este mar,
foi para que tivesse olhos orantes
e me purificasse longamente
na infinita aflição de te esperar…
Tasso de Azevedo da Silveira (n. em Curitiba (PR) a 11 de Março de 1895 e morreu no Rio de Janeiro a 3 de Dezembro de 1968)
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