Quando até a voz...
Quando até a voz do pensamento cala,
Me envolve o doce canto de uma prece –
Então te chamo; o meu chamar te abala?
Sairás da fria bruma que te tece?
E a escuridão da noite aclararás
Com teu olhar pacífico e risonho?
Retorna, deixa as sombras para trás,
Para te ver voltar – como num sonho!
Vem lentamente... perto... ainda mais;
Chega sorrindo junto à minha face,
Mostra-me, num suspiro, que és tornada.
Que teu cílios nos meus façam-se laços,
Para que eu sinta um frêmito nos braços –
Para sempre perdida e sempre amada!
Trad. Luciano Maia
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(versão original)
Când însuşi glasul
Când însuşi glasul gândurilor tace,
Mă-ngână cântul unei dulci evlavii,
Atunci te chem; chemarea-mi asculta-vei?
Din neguri reci plutind te vei desface?
Puterea nopţii blând însenina-vei
Cu ochii mari şi purtători de pace?
Resai din umbra vremilor încoace
Ca să te văd venind … ca-n vis, aşa vii!
Cobori încet… aproape, mai aproape,
Te pleacă iar zâmbind peste-a mea faţă,
A ta iubire c’um suspin arat-o,
Cu geana ta m-antinge pe pleope
Să simt fiorii stringerii în braţe,
Pe veci perduto, vecinic adorato!
Mihai Eminescu (n. 15 Jan 1850 em Botoşani sau Ipoteşti, Romania; m. 15 Jun 1889, Bucuresti)
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