Se eu te pintasse, posta na tardinha,
pintava-te num fundo cor de olaia,
na mão suspensa, nessa mão que é minha,
o lenço fino acompanhando a saia!
Vejo-te assim, ó asa de andorinha,
em ar de infanta que perdeu a aia,
envolta numa luz que te acarinha,
na luz que desfalece e que desmaia!
Com teu encanto os dias me adamasques,
linda menina ingénua de Velásquez
a flutuar num mar de seda e renda.
Deixa cair dos lábios de medronho
a perfumada voz do nosso sonho,
mas tão baixinho que só eu entenda.
António Maria de Sousa Sardinha (n. em Monforte, Alentejo a 9 Set 1887; m. em Elvas a 10 Jan de 1925)
pintava-te num fundo cor de olaia,
na mão suspensa, nessa mão que é minha,
o lenço fino acompanhando a saia!
Vejo-te assim, ó asa de andorinha,
em ar de infanta que perdeu a aia,
envolta numa luz que te acarinha,
na luz que desfalece e que desmaia!
Com teu encanto os dias me adamasques,
linda menina ingénua de Velásquez
a flutuar num mar de seda e renda.
Deixa cair dos lábios de medronho
a perfumada voz do nosso sonho,
mas tão baixinho que só eu entenda.
António Maria de Sousa Sardinha (n. em Monforte, Alentejo a 9 Set 1887; m. em Elvas a 10 Jan de 1925)
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