Não são aparentes em ti as marcas da grandeza,
nenhum monumento desfigura
ou altera a monotonia sem convulsões
do teu rosto quase anónimo.
A escassez de ogivas, arcobotantes,
rosáceas, burilados portais, cobra-la tu
na gravidade das tuas sombras
e do teu silêncio. Não vem sequer
da tua voz a opressão que cerra
as almas de quantos de ti
se acercam. Não demonstras,
não afirmas, não impões.
Elusiva e discretamente altiva,
fala por ti apenas o tempo.
Rui Knopfli [n. em Inhambane, Moçambique a 10 Ago 1932; m. em Lisboa, 1997]
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