A chaminé vomita fumarada
a máquina assobia, parto enfim!
Na «gare» ao longe, a minha namorada
agita o lenço branco para mim.
Como recatas traçadas a nanquin
sobre um fundo cerúleo de aguada,
vejo no espaço nítidas, assim,
as linhas telegráficas da estrada
O sol, hóstia de luz resplandecente
vai-se elevando gloriosamente
na abóboda vastíssima dos céus
e dois choupos batidos pelo vento
curvam-se num ligeiro cumprimento,
cerimoniosos, a dizer-me adeus...
Augusto César Ferreira Gil (n. em Lordelo do Ouro, Porto a 31 de Jul. de 1873, m. na Guarda a 26 de Fev. de 1929)
a máquina assobia, parto enfim!
Na «gare» ao longe, a minha namorada
agita o lenço branco para mim.
Como recatas traçadas a nanquin
sobre um fundo cerúleo de aguada,
vejo no espaço nítidas, assim,
as linhas telegráficas da estrada
O sol, hóstia de luz resplandecente
vai-se elevando gloriosamente
na abóboda vastíssima dos céus
e dois choupos batidos pelo vento
curvam-se num ligeiro cumprimento,
cerimoniosos, a dizer-me adeus...
Augusto César Ferreira Gil (n. em Lordelo do Ouro, Porto a 31 de Jul. de 1873, m. na Guarda a 26 de Fev. de 1929)
in A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004
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