Era de minha mãe: é um pobre xale,
Que tem p’ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
Deixo os meus dedos p’ra senti-la ainda;
E Ela vem, é Ela que me abraça,
Fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe mais perto, mais pertinho,
Que eu sinto quando toco o velho xale,
Que guarda não sei quê do seu carinho.
E quando a vida mais me dói, no escuro,
Sinto ao tocá-la como alguém que embale
E beije a minha sede de amor puro.
António Patrício (n. no Porto a 7 Mar 1878, m. em Macau a 4 Jun 1930)
Que tem p’ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
Deixo os meus dedos p’ra senti-la ainda;
E Ela vem, é Ela que me abraça,
Fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe mais perto, mais pertinho,
Que eu sinto quando toco o velho xale,
Que guarda não sei quê do seu carinho.
E quando a vida mais me dói, no escuro,
Sinto ao tocá-la como alguém que embale
E beije a minha sede de amor puro.
António Patrício (n. no Porto a 7 Mar 1878, m. em Macau a 4 Jun 1930)
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