Neste dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas (aniversário da morte do grande poeta que ocorreu em 1580) é mais do que justificada a publicação aqui de alguns dos mais belos sonetos da Literatura portuguesa. E fica também aqui a reprodução da estátua em Lisboa, que lhe presta homenagem.
Amor, que o gesto humano na alma escreve,
Vivas faíscas me mostrou um dia,
Donde um puro cristal se derretia
Por entre vivas rosas e alva neve.
A vista, que em si mesma não se atreve,
Por se certificar do que ali via,
Foi convertida em fonte, que fazia
A dor ao sofrimento doce e leve.
Jura Amor que brandura de vontade
Causa o primeiro efeito; o pensamento
Endoudece, se cuida que é verdade.
Olhai como Amor gera, num momento
De lágrimas de honesta piedade,
Lágrimas de imortal contentamento.
Ler do mesmo autor:
Luís de Camões (n. 1524 – m. 10 Jun 1580)
Nothingandall: Aquela triste e leda madrugada, - Camões
Nothingandall: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Nothingandall: Amor é um fogo que arde sem se ver
Nothingandall: Erros meus, má fortuna, amor ardente
Nothingandall: Alma minha gentil que te partiste
Sem comentários:
Enviar um comentário