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2007-06-10

Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas

Neste dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas (aniversário da morte do grande poeta que ocorreu em 1580) é mais do que justificada a publicação aqui de alguns dos mais belos sonetos da Literatura portuguesa. E fica também aqui a reprodução da estátua em Lisboa, que lhe presta homenagem.


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Amor, que o gesto humano na alma escreve,
Vivas faíscas me mostrou um dia,
Donde um puro cristal se derretia
Por entre vivas rosas e alva neve.

A vista, que em si mesma não se atreve,
Por se certificar do que ali via,
Foi convertida em fonte, que fazia
A dor ao sofrimento doce e leve.

Jura Amor que brandura de vontade
Causa o primeiro efeito; o pensamento
Endoudece, se cuida que é verdade.

Olhai como Amor gera, num momento
De lágrimas de honesta piedade,
Lágrimas de imortal contentamento.


Ler do mesmo autor:
Luís de Camões (n. 1524 – m. 10 Jun 1580)

Nothingandall: Aquela triste e leda madrugada, - Camões
Nothingandall: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Nothingandall: Amor é um fogo que arde sem se ver
Nothingandall: Erros meus, má fortuna, amor ardente
Nothingandall: Alma minha gentil que te partiste

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