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2007-05-02

Celeste - Adelino Fontoura

É tão divina a angélica aparência
E a graça que ilumina o rosto dela,
Que eu concebera o tipo da inocência
Nessa criança imaculada e bela.


Peregrina do céu, pálida estrela,
Exilada da etérea transparência,
Sua origem não pode ser aquela
Da nossa triste e mísera existência.


Tem a celeste e ingênua formosura
E a luminosa auréola sacrossanta
De uma visão do céu, cândida e pura.


E quando os olhos para o céu levanta,
Inundados de mística doçura,
Nem parece mulher — parece santa.


Adelino Fontoura (Adelino da Fontoura Chaves) (n. em Axixá, Maranhão, Brasil a 30 Mar.1859 – m. em Lisboa, Portugal a 02 Maio 1884)

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