Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que são só iguais
À mais longínqua onda do teu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo...
NATÁLIA CORREIA (n. na Ilha de S. Miguel, Açores a 13 Set 1923; m. em Lisboa a 16 Mar 1993)
Ler da mesma autora:
O Espírito
Queixa das almas jovens censuradas
Poema destinado a haver domingo
O Sol nas noites e o Luar nos dias
Amor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,
On this day in History, poetry, politics, football (soccer), solitude, peace, humour, music ... nothing and all.
Páginas
▼
2007-03-16
A recusa das imagens evidentes - Natália Correia
No aniversário da morte da poetisa Açoreana deixamos aqui mais um belo poema da sua autoria:
Sem comentários:
Enviar um comentário