foto: Violetas
À ciprina Laís, de quem sou tributário.
A Laís que possui compridas tranças pretas,
P'lo meu escravo mandei, no seu aniversário,
Um cacho moscatel num cabaz de violetas.
Os amantes, que dão às suas namoradas
Fulgurantes anéis de riqueza estupenda,
Luminosos rocais e redes consteladas,
Hão-de sorrir, bem sei da minha humilde of'renda.
Pensei em dar-lhe, é certo, um precioso colar
E um anel com mais luz do que o incêndio de Tróia,
Mas reconsiderei de pronto, ao atentar
Que ainda ninguém viu dar jóias a uma jóia...
in 366 poemas de amor, antologia organizada por Vasco da Graça Moura,
Quetzal Editores
Eugénio de Castro (n. em Coimbra a 4 Março de 1869; m. em Coimbra, a 17 de Agosto de 1944)
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Tua frieza aumenta o meu desejo
Presságios
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