Fica distante da cidade e em frente
À remansosa paz de uma enseada
Esta dos meus romântica morada,
Que olha de cheio para o Sol nascente.
Árvores dão-lhe a sombra desejada
Pela calma feição da minha gente,
E ela toda se ajusta ao tom dolente
Das cantigas que o Mar lhe chora à entrada.
Lá dentro o teu olhar de calmos brilhos,
Todo o meu bem e todo o meu empenho,
E a sonora alegria de meus filhos.
Outros que tenham com mais luxo o lar,
Que a mim me basta, Flor, o que aqui tenho,
Árvores, filhos, teu amor e o mar.
in A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004
Mário Veloso Paranhos Pederneiras (n. no Rio de Janeiro em 2 Nov 1868; m. Rio de Janeiro em 8 Fev 1915).
Ler do mesmo autor neste blog: Trecho final
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