Na efeméride da morte do autor:
A noite
caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrabalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
E sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! Se o espectáculo findou
Deixa-nos também dormir.
Fernando Gonçalves Namora (n. Condeixa-a-Nova em 15 de Abril 1919; m. em Lisboa a 31 Jan 1989)
Do mesmo autor ler: Intimidade; Noite;
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