"Já baptizada, quiz-te Deus p´ra filha,
traçou-te Deus caminhos imortais.
E vê, Europa: - a tua glória brilha
por sobre a escuridão e vendavais.
Levas contigo o labaro de Cristo,
por Cristo reinarás no mundo inteiro.
Ó madre antiga, a que milagre assisto,
- milagre sem segundo, nem primeiro.
Sòzinha, nos penhascos do Ocidente,
ouvindo ao mar o ímpeto brutal,
pariste longa e dolorosamente
um moço a quem chamaste Portugal.
Varão de esforçadíssima linhagem,
o olhar boiando em não sei quê de etéreo,
não temas, ó Europa, que te ultragem,
já tens quem te dilate a Fé e o Império."
Em "Roubo da Europa"
António Maria de Sousa Sardinha (n. em Monforte do Alentejo em 9 de Setembro de 1887; m. em Elvas, a 10 de Janeiro de 1925).
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