No ano findo e ao nível europeu ter-se-á registado um assinalável crescimento (acima dos 2,5%) mas é significativa a diferenciação entre os países, tal como já acontecera no ano anterior. Ora, Portugal mantém desde há vários anos uma tendência de divergência relativamente à média europeia, patente, aliás, nos dados recentemente divulgados pelo Eurostat em que a proporção do rendimento per capita (em paridade de poder de compra) relativamente à média europeia deslizou nos anos recentes um ponto em cada ano para se fixar em 2005 em 71%. Em 2006 Portugal teve um crescimento moderado (+1,3% ou + 1,4%) mas de novo abaixo da média europeia.
E o que o Governo faz? Aumenta os impostos, pouco faz para promover o investimento e onde necessitaria de intervir para atenuar o desiquilíbrio orçamental que é ao nível da despesa corrente primária pouco se tem visto. É mais fácil intervir do lado da receita...
O crescimento moderado da economia portuguesa em 2006 foi feito à custa das exportações, apesar da valorização do euro face ao dólar. O investimento é, de todas as componentes, aquela que mais tem travado o crescimento. O investimento em construção, por exemplo, tem no período 2002-2006 uma taxa de variação média anual negativa (-5,4%), ao contrário do que acontece com a generalidade dos países.
Por isso tem de ser na redução da despesa (redução do deficit orçamental) e na promoção do investimento (para permitir o aumento do crescimento económico) que a economia portuguesa pode readquirir a linha da convergência europeia.
Face ao exposto, as medidas que tomava se gerisse Portugal durante um dia seriam orientadas para a promoção do investimento, reduzindo a carga fiscal sobre as empresas. Baixar o IRC para 23% desde já e tendencialmente para 20% parece-me, por isso, uma medida acertada!
Este opinião insere-se na Iniciativa Gerir Portugal durante um dia
Sem comentários:
Enviar um comentário