Muitas vezes sonhei nos tempos idos
Acalentando sonhos de ventura,
Então a voz da lira suave e pura
Era-me um gozo d'alma e dos sentidos.
Hoje, vejo meus sonhos convertidos
Num acervo de dores e de amargura
E percorro da vida a estrada escura
Recalcando no peito os meus gemidos
E se tento cantar como remédio
Minhas mágoas ao sombrio tédio
Que lentamente as forças me quebranta
Os sons de lira que arranco agora
Mais parecem soluços de quem chora
Do que a doce toada de quem canta.
Pe. António Tomás de Sales (n. Acarati a 14 Set 1868, m. Fortaleza a 16 Jul 1941)
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