Olha, meu filho, quando, à aragem fria
dalgum torvo crepúsculo, encontrares
uma árvore velhinha, em modo e em ares
de abandono e outonal melancolia,
não passes junto dela, nesse dia
e nessa hora de bênção sem parares;
não vás sem longamente a contemplares:
vida cansada, trémula e sombria!
Já foi nova e floriu entre esplendores;
Talvez, em derredor dos seus amores,
‘inda haja filhos que lhe queiram bem…
Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
Sorri-lhe com bondade e com meiguice:
lembre-te ao vê-la a tua própria Mãe!
António Correia de Oliveira (n. em S. Pedro do Sul 30 Jul 1879, m. em Esposende a 20 Fev 1960)
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