Lisboa, querida mãezinha
Com o teu xaile traçado
Recebe esta carta minha
Que te leva o meu recado
Que Deus te ajude Lisboa
A cumprir esta mensagem
De um português que está longe
E que anda sempre em viagem
Vai dizer adeus à Graça
Que é tão bela, que é tão boa
Vai por mim beijar a Estrela
E abraçar a Madragoa
E mesmo que esteja frio
E os barcos fiquem no rio
Parados sem navegar
Passa por mim no Rossio
E leva-lhe o meu olhar
Se for noite de S. João
Lá pelas ruas de Alfama
Acendo o meu coração
No fogo da tua chama
Depois levo-o pela cidade
Num vaso de manjerico
Para matar a saudade
Desta saudade em que fico
Armando Rodrigues / João Villaret
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