Não choreis nunca os mortos, esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos, adormecidos.
E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar…guardai, longe as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, mudos e vencidos.
Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.
E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.
Pedro Homem de Mello (n. 06 Set 1904; m. 5 Mar 1984)
Sem comentários:
Enviar um comentário