Em Ponta Delgada perante um Estádio cheio numa oferta dos Açoreanos à selecção portuguesa, com especial carinho para Pauleta e a seguir Figo, a nossa equipa não conseguiu na 1ª. parte dar-lhes uma pequena compensação, quanto mais uma contrapartida equivalente. Falta de convicção, pouca velocidade, jogo pouco fluido face à pressão dos egípcios e chegou a pairar a sensação que percorreu todos os portugueses que assistiram ao jogo de ontem das "Esperanças" frente à Hungria : a de que estes jogos particulares são uma "chatice" tanto mais na véspera de começar o campeonato.
A maior oportunidade foi para os egípcios quando um violento pontapé de fora da área, ainda ligeiramente desviado com a mão de Quim, bateu na barra da baliza. Pouco flanqueamento de jogo (a excepção foi para algumas, poucas, incursões de Paulo Ferreira pela esquerda), valeu na primeira parte a única jogada de perigo de Portugal, uma desmarcação de Pauleta que recebeu o passe , ainda passou o guarda-redes, mas de angulo já complicado atirou à malha lateral.
Não podia estar satisfeito Scolari e na 2ª. parte fez de entrada quatro substituições, passando do 4-4-2 experimental da 1ª. parte para o 4-3-3 habitual. As entradas de João Moutinho (estreia) e de Quaresma ( e um pouco mais tarde já com 1-0 de Boa Morte para o lugar de Figo) deram mais vivacidade ao jogo. Aos 50' num canto de Figo (o 2º. de Portugal quando o Egipto já tinha contabilizado quatro) a bola foi atrasada para Hugo Viana que fez um remate cruzado que encontrou Fernando Meira ao 2º poste (outro dos jogadores que tinha entrado ao intervalo, o quarto fora Caneira) que conseguiu um golo feliz fazendo passar a bola pelo meio das pernas de um defesa e do guarda-redes suplente El-Hadry (recém-entrado por lesão do titular Abdel El Sayed).
Este golo era o tónico que o jogo precisava, os egípcios demonstraram que não queriam perder, havia finalmente espaços e velocidade e as bancadas animaram-se. Oportunidade desperdiçada por Postiga já sem guarda-redes, a seguir o árbitro terá sido bonzinho e não assinalou um penalty contra Portugal
Aos 69' uma grande jogada ( a melhor do jogo) Boa Morte pela esquerda em boa velocidade, João Alves no meio (que também se estreara na selecção poucos minutos antes) e desmarcação perfeita para Postiga fazer o 2-0 de primeira.
Agora sim a selecção retribuia o carinho dos Açoreanos, Boa Morte ainda teve uma grande oportunidade para fazer o 3-0 mas os égípcios também não mereceram pior resultado e pode-se dizer até que 2-0 foi um bocadinho lisongeiro para Portugal.
A arbitragem do polaco Jacek Granat não teve problemas de maior, mas pareceu-nos que deveria ter assinalado uma grande penalidade contra Portugal (e o resultado estava 1-0).
Terá sido um bom teste para Scolari que verificou haver mais inconformismo e vontade por parte dos jovens da 2ª. parte e que o sistema de dois pontas de lança (menos rotinado) do primeiro tempo não funciona se não houver jogo do meio campo. Esta equipa do Egipto é bem evoluida tecnicamente e só foi batida quando já em desvantagem (em jogada de acaso) procurou fazer o jogo pelo jogo. De realçar que no ranking da Fifa o Egipto ocupa o 26º lugar (enquanto Portugal é 9º. ex-aequo com a França), à frente por exemplo da Russia (29ª) e Eslováquia (45ª) nossas adversárias no grupo de qualificação para o Mundial.
Portugal alinhou com - Quim; Alex, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Paulo Ferreira; Petit; Figo, Tiago e Hugo Viana; Hélder Postiga e Pauleta. Suplentes utilizados: Fernando Meira, Marco Caneira, Boa Morte, João Alves, João Moutinho e Ricardo Quaresma. Suplente não utilizado : Ricardo.
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