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2005-07-20

Não tenho paz nem posso fazer guerra - Petrarca

Não tenho paz nem posso fazer guerra;
temo e espero, e do ardor ao gelo passo,
e voo para o céu, e desço à terra,
e nada aperto, e todo o mundo abraço.

Prisão que nem se fecha ou se descerra,
nem me retém nem solta o duro laço;
entre livre e submissa esta alma erra,
nem é morto nem vivo o corpo lasso.

Vejo sem olhos, grito sem ter voz;
e sonho perecer e ajuda imploro;
a mim odeio e a outrem amo após.

Sustento-me de dor e rindo choro;
a morte como a vida enfim deploro:
e neste estado sou, Dama, por vós.

Francesco Petrarca (n. em Arezzo 19 Jul 1374, m. em Pádua 20 Jul 1304)
Tradução de Jamil Almansur Haddad, do original:


Pace non trovo e non ho da far guerra;
e temo e spero, ed ardo e son un ghiaccio;
e volo sopra'l cielo e giaccio in terra
e nulla stringo e tutto 'l mondo abbracio.

Tal m'ha in prigion che non m'apre nè serra,
nè per suo mi ritien nè sciogle il laccio;
e non m'ancide Amor e non mi sferra,
nè mi vupl vivo nè mi trae d'impaccio.

Veggio senz'occhi, e non ho lingua e grido;
e bramo di perir e chieggio aita;
e ho in odio me stesso ed amo altrui.

Pascomio di dolor, piangendo rido;
egualmente mi spiacecmorte e vita:
in questo stato sion, donna, per vui.

Francesco Petrarca

Retirado de "A Circulatura do Quadrado"- Alguns dos mais belos sonetos de poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa" - Edição Unicepe

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi, tudo bom?
Estou passando pra agradecer a visita e principalmente pra conhecer seu blog. Seu blog tem um nível muito bom, apesar de eu não ter lido tudo... Sou leiga em outros idiomas! Rs rs rs... Enfim, espero que você tenha muito sucesso com o seu blog!

Bjos

Dianety

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