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2005-05-06

Adeus ao Mundo

Já do batel da vida
Sinto tornar-me o leme a mão da morte:
E perto avisto porto
Imenso, nebuloso, e sempre noite,
Chamado – Eternidade!
Como é tão belo o sol! Quantas grinaldas
Não tem de mais a aurora!!
Como requinta o brilho a luz dos astros!
Como são recendentes os aromas
Que se exalam das flores! Que harmonia
Não se desfruta no cantar das aves,
No bater do mar, e das cascatas,
No sussurrar dos límpidos ribeiros,
Na natureza inteira, quando os olhos
Do moribundo, quase extintos, bebem
Seus últimos encantos!

Laurindo Rabelo

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