"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita.Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram.A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!".
Este era o país que Eça de Queiroz (d)escrevia no primeiro número d'As Farpas, em 1871. Afinal a crise já vem de longe. Uma palavra de referência para victum.blogspot.com onde recolhi este texto.
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