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2004-12-06

Poema LXVI - Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero
e de querer-te a não querer-te chego
e de esperar-te quando não te espero
passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero,
te odeio sem fim, e odiando-te te rogo,
e a medida de meu amor viageiro
é não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro,
seu raio cruel, meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu morro
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero, amor, a sangue e fogo.


(Retirado de: Cem sonetos de amor - Pablo Neruda)

Tradução Maria Teresa Almeida Pina

1 comentário:

Unknown disse...

Lindo poema de Neruda que também publiquei em 02 de Novembro e que comentastes com tao lindas palavras... De fato Pablo Neruda tem o poder de deixar-nos sem palavras...
Beijo amigo,
Carmem Lúcia Vilanova

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