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2013-08-19

Cacilda do Pranto - Federico Garcia Lorca


Fechei a minha varanda
pois não quero ouvir o pranto
mas por trás dos pardos muros
não se ouve mais que o pranto.

Há poucos anjos que cantem,
muito poucos cães que ladrem,
mil violinos cabem na palma desta mão.
Mas o pranto é um cão imenso,
o pranto é um anjo imenso,
o pranto é um violino imenso,
as lágrimas amordaçam o vento,
e não se ouve nada mais que o pranto.

in Antologia  da Poesia Espanhola Contemporânea
Selecção e Tradução de José Bento
 
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936)

Ler do mesmo autor, neste blog:
Alma Ausente
Pequenas baladas dos três rios
Balladilla de los tres rios

2 comentários:

Luiza Ananias disse...

Lindo!

Fernando disse...

Muito obrigado pelo seu comentário Luiza. Espero voltar a «vê-la» por aqui...

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