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2012-05-07

Canção - Rabindranath Tagore


1.
O pranto do meu coração também é pranto do coração dela.
O fio com que ela me prende também a prende a ela.
Procurei-a em toda a parte,
Adorei-a dentro de mim,
Oculta nessa adoração ela também me procurou.
Cruzando os vastos oceanos veio roubar-me o coração.
Esqueceu-se do regresso pois também o perdera.
Os seus encantos atraiçoam-na,
Lança a sua rede, sem saber
Se vai pescar ou ser pescada.

2.
Oh, tu, última estrela do amanhecer!
Deixa atrás de ti uma mensagem, semi-adormecida e secreta
Na primeira flor da alvorada.
Talvez Ela, fonte de toda a alegria,
Me beije também numa nova vida
No fim da antiga vida.
Talvez todos os sonhos da noite floresçam como novas canções
No momento de despertar.
Oxalá ela, a Solitária, que habita no meu coração,
Apareça em vestido de noiva na manhã da
Minha nova vida.

in Qual é a Minha ou a Tua Língua? Cem poemas de amor de outras línguas, organização de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim

Rabindranath Tagore ou Rabíndranáth Thákhur (रवीन्द्रनाथ ठाकुर) nasceu em Calcutá, Índia Britânica a 7 May 1861; morreu em Calcutá a 7 Agosto de 1941.

Ler do mesmo autor, neste blog:
Se é assim que desejas
If you would have it so
A Mulher Inspiradora
Cãntico da Esperança
A Colheita XXII

2 comentários:

Anónimo disse...

Trabalhei com um diretor do BNU, cujo pai era muito amigo do poeta, pelo que que andou ao colo dele...
(Há uma gralha: i em vez de o).
Abraços,
Rui

Fernando disse...

Como o mundo é, afinal, pequeno! Gralha corrigida. Obrigado e votos de uma excelente semana.

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