Como o vento
à noite,
no telhado
esse lamento do mal que não tem cura;
"... nada
do que foi teu será
nada te pertence já...
nenhuma coisa passada te é futura..."
Escutas:
Pássaros da noite em soltas alvoradas
ou fantasmas loucos
de roxas madrugadas.
Transidas de escuros medos
de solidões
de lutas
de finitas paixões
e de segredos...
as fadas chegam,
do lembrar:
"...Nada é eterno teu...
só esse luto!...
O futuro perdeste-o no passado
Lá, no caminho sagrado
passou-te ao lado e
morreu..."
Escutas;
De longes e ocultas fundas grutas...
que há em ti
desabitadas
veladas vêm discretas
as vozes secretas
das boas fadas do antigo lar:
"...Não esse luto!...
Lá, nessa glória inteira da lembrança
do teu paraíso longínquo de criança,
é teu o absoluto..." (*)
daqui
Maria Virgínia Santos Teles Guerra Monteiro nasceu em Espinho a 25 de Maio de 1931
(*) O último verso que na fonte citada consta "o absoluto é teu" foi corrigido para "é teu o absoluto" graças à atenta informação literária recebida do meu amigo Rui Vaz Pinto da Unicepe
2 comentários:
Grande mulher, grande poeta!
Outra opinião avalizada: http://aluzdascasas.blogspot.com/2011/05/albergue-de-peregrinos-longo-e-o-tempo.html
Abraço,
Rui
Ps:
O último verso deve ser:
é teu o absoluto."
Rui
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