Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.
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Ao teu encontro, Homem do meu tempo,
E à espera de que tu prevaleças
À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras,
Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te conheças
E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, e os outros,
Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa.
As coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei
Minha própria rudeza e o difícil de antes,
Aparências, o amor dilacerado dos homens
Meu próprio amor que é o teu
O mistério dos rios, da terra, da semente.
Te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu
Compaixão e ternura e paz na Terra
Se ainda encontrasse em ti, o que te deu.
Hilda Hilst, nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, em 21 de Abril de 1930 e faleceu no dia 04 de fevereiro de 2004, na cidade de Campinas (SP).
Ler da mesma autora, neste blog:
O Poeta Inventa Viagem, Retorno e Morre de Saudade
Do Desejo III
1 comentário:
Pois é meu amigo; o homem esqueceu a simplicidade de viver e amar. Esqueceu o respeito e compreensão ao outro e etc...
FELIZ PÁSCOA! Bom fim de semana! Beijos
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