Abismo em que me perco todo dia
Sempre à procura de meu ser disperso,
Reflexo do que passa pelo céu
Ou espelho exposto a todas as figuras.
Um centro vivo ou então periferia
Às vezes emergindo outras imerso
No que é dos outros ou no que é meu,
Dando sentido enorme às criaturas.
Barco perdido em meio à correnteza
Ou bússola marcando os horizontes,
Um sair e volver eternamente,
Novelo intumescido de incerteza
As chãs planícies e elevados montes,
Virtualidades todas da semente.
poema extraído daqui
Miguel Reale, nasceu em São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 e faleceu em São Paulo, 14 de abril de 2006.
2 comentários:
Querido Fernando; o nosso Eu, realmente algo difícil de definição. Lindo soneto!
Beijos
Estudei Miguel Reali na faculdade, mas não como poeta e sim como jurista. Ele e Monteiro Lobato eram de cidades vizinhas e muito amigos, juntos deram apoio a uma grande campanha para a extração nacional do petróleo - iniciativa que resultou nos frutos que colhemos na atualidade.
Boa semana! Beijus,
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