Foram-se os anos como as nuvens vão
E nunca mais retornarão um dia;
Já não me encantam hoje, como então,
Lendas e doinas*, sons da fantasia
Que à mente de um menino foram graças
Mal compreendidas, cheias de um alarde –
Com tuas sombras hoje em vão me abraças,
Ó hora do mistério, ao fim da tarde.
Para arrancar um som do meu passado,
Para fazer-te, ó alma, ainda vibrar,
A mão em vão a lira tem tocado.
Perdeu-se tudo na alba do lirismo,
Calou-se a voz do outrora sublimado,
O tempo cresce em mim... e eu me abismo!
* Doina: canção popular entranhável e melancólica, a mais viva expressão da alma romena, segundo o poeta Vasile Alecsandri.
Tradução: Luciano Maia
Mihail Eminescu (Botoşani, 15 de Janeiro de 1850 — Bucareste, 15 de Junho de 1889)
Ler do mesmo autor, neste blog: Când însuşi glasul /Quando até a Voz
1 comentário:
O tempo passa como os grãos de areia deslizam nas nossas mãos ...!
Boa sorte futebolistica ...
BOM FDS!
Um Abraço da M&M & Cª!
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