Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
Antonio Ramos Rosa (n. Faro, 17 Out 1924 )
1 comentário:
Lindíssimo poema, amigo!
Tens imenso bom gosto com tudo o que publicas!
Deixo-te beijos e sorrisos!
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