Quando partimos no verdor dos anos
Da vida pela estrada florescente,
As esperanças vão conosco à frente,
E vão ficando atrás os desenganos.
Rindo e cantando, céleres, ufanos,
Vamos marchando descuidosamente;
Eis que chega a velhice, de repente,
Desfazendo ilusões, matando enganos.
Então, nós enxergamos claramente
Como a existência é rápida e falaz,
E vemos que sucede, exatamente,
O contrário dos tempos de rapaz:
Os desenganos vão conosco à frente,
E as esperanças vão ficando atrás!
Pde. António Tomás de Sales [n. em Acarati (Ceará) 14 Set 1868; m. em Fortaleza (Ceará), 16 Jul 1941]
2 comentários:
Excelente. Não conhecia. Parabéns.
anames@email.com
Parabéns pela postagem. Este soneto é um dos mais belos da poesia brasileira, estando no mesmo nível dos sonetos da tríade parnasiana: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira sem esquecer de Vicente de Carvalho que também produziu peças belíssimas no gênero.
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